Desde o fim de 2013, jovens têm
organizado encontros pelas redes sociais, principalmente, em shoppings da
capital paulista e da Grande São Paulo. Os eventos ficaram conhecidos como
"rolezinhos". A primeira iniciativa a ganhar repercussão aconteceu no
Shopping Metrô Itaquera, Zona Leste de São Paulo, em 8 dezembro. Algumas
lojas fecharam com medo de saques e o centro comercial encerrou o expediente
mais cedo.
Este tipo de encontro em lugares
públicos-privados não é propriamente uma novidade em São Paulo. E não começaram
especificamente no ano passado. Estacionamentos de supermercados e postos de
gasolina também são corriqueiramente ocupados nas noites e madrugadas aos
finais de semana por um grupo que quer se fazer ouvir – ou apenas se divertir -
independentemente do estilo musical que entoa.
Os organizadores definem os
encontros como um "grito por lazer" e negam qualquer intenção
ilegal,
mas viraram alvo de investigações
policiais.
Em 8 de dezembro, o “rolezinho” no
Shopping Metrô Itaquera reuniu cerca de seis mil adolescentes, segundo a administração
do centro comercial. Houve tumulto, a polícia foi acionada e o shopping
fechou uma hora e meia mais cedo. Na época, pessoas que se identificaram como
clientes e lojistas comentaram na página do Facebook do shopping que houve
arrastão e furtos naquela noite de sábado. A administração negou a onda de
furtos.
O segundo encontro, que reuniu 2,5
mil pessoas, aconteceu no Shopping Internacional de Guarulhos, em 14 de
dezembro. Clientes relataram que houve tumulto nos corredores do centro
comercial. Embora não tenha havido registro de feridos nem roubos, pelo menos
22 suspeitos foram levados para uma delegacia da cidade na região metropolitana
de São Paulo. Eles foram averiguados e liberados em seguida.
O estilo de roupa
Boné quicksilver, correntinha dourada no pescoço, bermuda cyclone, nike
shox no pé, camiseta da hollister e o cabelo com o gel daquele jeito. Você já
deve ter visto esse estilo por aí, esse é o estilo dos meninos dos rolezinhos.
Brincar, paquerar, rir, se divertir, eles defendem a ideia de que só querem
ostentar e ganhar uns beijos na boca.
A polêmica da
proibição
O problema de restringir o acesso é estigmatizar os grupos, já que os
vetos podem servir como forma de selecionar o público dos jovens estigmatizando
jovens pobres.
O que são os
rolezinhos?
Entende-se como rolezinho um encontro de jovens que vão ao shopping em
bando com vários objetivos em comum. Para os participantes o rolezinho é: Zoar,
dar uns beijos, paquerar, se divertir. Para os lojistas e a polícia, o
rolezinho é: Tumultuar os centros de compras e promover roubos e furtos. Tudo
começou com funkeiros fazendo manifestos em resposta a um projeto de lei que
proibia bailes do estilo musical nas ruas da capital paulista. O primeiro
encontro ocorreu no dia 7 de dezembro de 2013, no shopping Metro Itaquera, na
Zona leste de São Paulo. Depois esses encontros foram ganhando uma proporção
(dimensão) ao ponto de formar grupos de enormes de adolescentes que querendo
(ou sem querer) causam confusão pelos corredores dos shoppings. Com a maioria
desses jovens de origem pobre e moradores da periferia, eles alegam que só
querem diversão, estar entre os amigos, conhecer umas "gatinhas" e
cantar um batidão.
Jovens no rolê
Esses jovens que frequentam os shoppings são os adolescentes da nova
classe média brasileira. São os filhos daquelas pessoas que melhoraram de vida
nos últimos anos e que cresceram num universo sem tantas restrições
orçamentárias. Cresceram tendo a certeza de que entrariam numa faculdade, que
não teriam que parar de estudar para trabalhar. Mas que, mesmo assim, trabalham
para ajudar na renda familiar. Enxergam no shopping um local corriqueiro para andar,
seguro, no qual é possível se encontrar com amigos, onde há ar-condicionado e
uma praça de alimentação decente.